quarta-feira, 25 de maio de 2011

Entrevista em Tatame

Demian MaiaPor Erik EngelhartEnglish version

Embalado por duas vitorias consecutivas, após ser derrotado por Anderson Silva na disputa pelo cinturão dos pesos médios, Demian Maia enfrentará o filipino Mark Munoz, no dia 11 de junho, no UFC 131, que acontecerá no Canadá. O faixa-preta está realizando a parte final do seu treinamento em Salvador, na Bahia, e na entrevista que você confere a seguir, analisou as possibilidades do combate com Munoz, garantiu que não tem problemas em lutar com as costas no chão caso seja derrubado, falou sobre a possibilidade de descer para os meio-médios, entre outros assuntos.

Como está a sua preparação final para a luta com o Mark Munoz?

Estamos treinando forte, como sempre, e essa reta final estou fazendo aqui em Salvador. Daqui da Bahia vou direto para o Canadá... Já estou na ponta dos cascos.

Ele tem um bom jogo de quedas e ground and pound. Você acha que ele vai querer te botar para baixo, mesmo sabendo que você oferece perigo lutando com as costas no chão?

Comigo ele vai ter duas opções: ou ele vai querer trocar em pé, ou, se ele quiser me botar pro chão, vai tentar trabalhar no ground and pound, como ele sempre faz. Isso daí eu tenho não tenho como saber, é uma decisão dele. Eu tenho que treinar e estar preparado para todas as possibilidades.

Você acredita que você trabalhar com as costas no chão seria uma boa opção para essa luta? Você ficaria tranquilo?

Sim, eu sempre fico tranquilo por baixo. Eu venho treinando muito por baixo, eu faço Jiu-Jitsu há muitos anos e a única diferença é a que no Jiu-Jitsu a gente não trabalha a guarda para se defender de socos quando está por baixo.

Como está o trabalho na parte em pé e no Wrestling?

Cara, eu sempre treino em pé, Jiu-Jitsu e quedas, então não é nada muito diferente. Eu já fui para os Estados Unidos algumas vezes, como fui agora há pouco tempo treinar Wrestling, especificamente o treino de quedas, mas eu sempre faço treino específico de Wrestling, porque eu acho que o Wrestling está dentro do Jiu-Jitsu. O que eu faço é treinar Jiu-Jitsu e treino com quedas também, pois sem a parte de quedas não tem como eu levar a luta para a minha especialidade que é o solo.

Muitas pessoas gostariam de ver uma luta sua com o Rousimar Toquinho. Você já pensou a respeito disso?

Não. Eu nem sei como está o esquema dele e lutas, quando ele lutou, quando ele vai lutar de novo, se ele está machucado... Na verdade, eu não vejo essa luta acontecendo tão cedo.

Você acredita que mais uma vitória te traga de volta ao topo para uma possível disputa de cinturão?

Espero que sim, mas eu não tenho pensado nisso. Eu estou preocupado em resolver o que eu tenho que resolver agora, que é essa luta. O meu foco é no agora.

Você acha que o Muñoz vai ser um desafio maior do que você teve na última luta, quando você derrotou o Kendall Grove?

Acho que vai ser maior porque ele vem de duas vitórias e tinha feito uma luta duríssima com o Okami, apesar dele ter perdido, mas eu acho que ele é um dos maiores. Ele é um campeão americano de Wrestling, é um cara que já foi top no esporte dele... Ele nocauteou o Kendall Grove, que eu derrotei na decisão unanime dos juízes, é um cara que merece ser respeitado e um grande desafio, como eu já disse.

Muitos acreditam que seria uma boa para você descer para os meio-médios, que você seria uma pedra no sapato do St. Pierre. Você já pensou nisso? Você acha que tem estrutura para isso ou você nunca cogitou descer de peso?

Já passou pela minha cabeça, com certeza, porque muita gente fala, mas eu não cogito. Eu quero ser campeão do meu peso. Depois, um dia, talvez... Vamos ver.

O que os brasileiros podem esperar dessa sua volta contra o Muñoz?

Esperar? Que cada vez eu venha mais maduro e com mais armas na manga. Dessa vez não vai ser diferente. Estou com umas armas novas aí, espero poder usá-las na luta.